sábado, 25 de setembro de 2010

o riso cheio

Ouvira uma risada no corredor.
Aquela dispersão lhe incomodava, afinal este era um lugar de trabalho, de estudo, de concentração. Quem ousa atrapalhar o ambiente conspurcando-o com um riso tão intenso?
Saiu da sala prestes a deitar para fora toda a sua indignação por tão baixo comportamento; mas ao transpor o umbral da porta ouviu novamente a mesma risada.
Era um riso cheio, uma combinação magnífica de sentimentos, uma perfeita manifestação da vida. Sentia-se perturbada pelas sensações. Estranhamente não sabia como reagir e atónita voltou para a sua secretaria e para os seus livros.
No entanto não conseguia mais produzir. Sua mente voltava para aquelas gargalhadas que agora só ecovam na sua memória. Precisava conhecer aquela pessoa, precisava saber quem estaria por trás daquilo. Muito mais do que uma alegria inefável, as risadas lhe mostravam vida; plena; absoluta.
Por alguns instantes ainda tentou brigar entre a disciplina do trabalho por fazer e a vontade indescritível de correr atrás daquele som. Mas finalmente o desejo foi mais forte, e deixando os papéis para trás levanta-se para buscar o homem que mudaria o seu destino.

moral da história:"A liberdade é o nosso bem mais precioso. No caso de ter que confrontá-la com a disciplina, se esta violentar aquela, opte pela liberdade." DeRose

1 comentário:

Anónimo disse...

beleza ;)