
Karma designa a lei universal de acção e reacção. Tal como foi “codificado” por Newton, na sua segunda lei, identificando o principio de causa e efeito – a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade, direção e sentido oposto.
Imagine-se a dar um soco na parede. A parede não vai identificar se o motivo do soco era justo ou não. Se foi uma acção correta ou não, a reacção da força da parede contra a mão é imediata!
O conceito de bom e mal é ocidental e cristianizado. Quando somos crianças aprendemos que se fizermos algo errado, "Papai do Céu" castiga. Mas em algum momento, nos questionamos “Como é que o Papai do Céu consegue saber quem fez o bem ou o mal para castigar a todos?”. Na cultura cristã, este papel fica com a Igreja e o clérigo que nos confessionários “castiga” aqueles que se arrependem com as orações ou penitências.
Mas se olharmos isso numa perspectiva grande-angular, percebemos que mesmo estes comportamentos são quase medievais. E que certo e errado, bom e mau, é tudo muito relativo! Deve haver uma lei universal que esteja acima disso tudo.
Esta é a lei do karma! Tudo o que vai, vem. Como uma simples energia. Se você der um murro na parede, vai magoar a mão.
No entanto, como não somos todos paredes, e somos sim seres vivos que interpretamos aquilo que acontece conosco e reagimos às ações; introduzimos novas variáveis nessa equações.
Por exemplo, se você me der um soco, eu interpretarei o que você quis exprimir com isso e reagirei de acordo com os meus valores e vivências anteriores, posso abrir um processo contra você, posso ficar chorando num canto, ou posso simplesmente dar-lhe outro soco.
Outro exemplo, imagine que não foi um soco que você me deu. Você simplesmente proferiu um comentário. “Hoje não gostei da sua aula” ou “como você está bonita hoje”, eu posso ter uma série de reacções diferentes. De acordo com os meus paradigmas e com as minhas vivências pretéritas, e com as minhas expectativas de futuro. E estas minhas reacções serão na verdade novas ações que desencadearão reações, e assim sucessivamente.
Se pegarmos nossa lente grande angular e contemplarmos a humanidade projetando o tempo e o espaço, o que veremos é realmente isso. Acções e reacções, e acções e reacções e acções e reacções... ad infinitum.
Quando começamos a ter consciência deste ciclo, percebemos claramente que somos donos do nosso destino. O futuro de cada um é uma página totalmente em branco, cada dia pode ter o rumo que quisermos. Basta realizar acções conscientes.
Às vezes, basta uma conversa para alterar todo o nosso futuro!
Faça este exercício: Pegue uma folha em branco, e feche os olhos. Viaje no seu passado. Procure pontos de mutação. Momentos que determinaram o seu presente. Momentos decisivos, não julgue se foram bons ou maus. Apenas identifique estes momentos. Viaje neles, reviva-os.
Agora abra os olhos, e faça uma lista destes momentos. Como se você escrevesse uma novela da sua própria vida. Ninguém vai ler. É apenas para si. Yôga é auto-conhecimento!